quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

FAZENDO NEGÓCIOS COM OS RUSSOS


A maior dificuldade em se fazer negócios com os russos, talvez seja o idioma. Assim como os brasileiros, russos não falam inglês. Mas não falam mesmo. Nem uma palavra.
E a escrita não ajuda. Praticamente tudo, em todos os lugares, é escrito no alfabeto cirílico, algo ilegível para nós. O que torna um simples ato de andar de metrô uma aventura no mínimo interessante.
Valéria Domingues entre o Sr.
Antônio José Vallim Guerreiro , embaixador
do Brasil na Rússia e Almir Ribeiro Américoda APEX em Moscou

Mas eles conseguem ler nosso alfabeto.

É simpático portanto, se munir de cartões de visitas com uma face em Inglês e outra no alfabeto cirílico. Não é obrigatório, mas isso pode ajudar a extrair um raríssimo sorriso deste povo sério e carrancudo.

Utilizar um tradutor, apesar de inconveniente e arriscado, é quase obrigatório.
Os e-mails posteriores aos contatos realizados, devem ser sucintos e diretos, para que possam ser compreendidos por quem não fala inglês.

Em um estande, não gostam de serem abordados. Como muitos de nós, ao entrarmos em uma loja e sermos atacados por vendedores perguntando se podem ajudar, gostam de olhar os produtos em paz e sem serem incomodados. Se precisarem de ajuda, olham em volta buscando por alguém que possa dar informações.

São diretos e impacientes. Não tentem enrolar. Frequentemente irão querer saber o preço de um produto. Se a resposta não for rápida e direta, costumam se irritar.

As lojas de alimentos compram apenas através de distribuidores.

“Spaciba” (Obrigado), é palavra obrigatória. Tem que ser aprendida e utilizada.

Os Russos são nacionalistas. Orgulham-se de sua rica história e da posição que já ocuparam dentro da esfera mundial. A ideia de voltar a ocupar esta posição, agrada muito a população daquele país.

O PIB Russo é parecido com o brasileiro. Em Moscou é notório o número de shoppings de luxo que existem a cada quarteirão. Pois somente Moscou, concentra ¾ desse PIB.
Para se fazer um comparativo, São Paulo concentra apenas 20% do PIB brasileiro. Sendo assim, Moscou pode ser considerada de 3 a 4 vezes mais rica do que São Paulo. O que faz dela um mercado bem interessante.

Na área de alimentos, a indústria local não é muito forte. Dependem bastante de produtos importados.
São consumidores de chás, cafés, pescados, carnes, algumas massas, azeites, etc...

Um dos pratos mais típicos é o famoso estrogonofe russo. Este assemelha-se ao nosso. Porém com apenas quatro ingredientes: Cebola frita, Funghi, Creme de Leite e Carne. Tudo por cima de um purê de batatas bem semelhante ao nosso. Como tudo por lá, pouco sal. E arroz, praticamente não é consumido. 

O Rublo anda muito desvalorizado, o que torna todos os produtos importados muito caros. Mas acredito que pelo potencial seja conveniente apertar um pouco as margens para que se possa adentrar a esse mercado.



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Fazendo Negócios com os Emirados Árabes Unidos

Dubai - Gulfood 2014
Esta apresentação tem o objetivo de mostrar um pouco das particularidades quanto aos costumes, hábitos locais e etiqueta de negócios nos Emirados Árabes Unidos.

Para se negociar de forma contínua com os árabes, é preciso conhecer sua religião e seus costumes. 

Desconhecer algumas regras islâmicas pode por um ponto final a seus negócios na região.

Por outro lado, demonstrar que tem conhecimento sobre a cultura árabe, mesmo que pouco, deixará seu cliente feliz e honrado, e contará muitos pontos a seu favor.






A necessidade dos acordos de livre comércio

Com a economia mundial em um momento delicado, os últimos anos apresentaram uma explosão de acordos bilaterais.

A redução de restrições tarifárias e não tarifárias, estimula o fluxo de comércio dentro do bloco. Privilegia os produtos do país parceiro em detrimento de produtos provenientes de outros mercados e favorece o investimento.

O Brasil vem demonstrando quase nenhum empenho nesse sentido.

Desde 1991 fechou apenas três acordos bilaterais:  Israel, Palestina e Egito. Porém somente o acordo com Israel está em vigor (Desde Abril de 2010).  Somam-se aí 23 anos de tempo perdido.

Apenas como ilustração, os Estados Unidos tem em vigor 14, enquanto a UE tem 32.
Sem esses acordos, nossos produtos tendem a ser preteridos no mercado mundial em relação aos produtos dos concorrentes pertencentes a um bloco comercial. 

Com o Mercosul dando fracos sinais de vida, o Brasil ensaia acordos com Índia e UE, mas sem uma agenda muito produtiva. Além disso apostou, equivocadamente, suas fichas nas rodadas de Doha, que vem se mostrando infrutíferas.


E enquanto observamos o mundo girar, a nossa indústria agoniza perante o mercado e perde competitividade, o que dificulta o interesse de outros países em formar estas alianças conosco.

Agora O Mercosul e a UE costuram um acordo de Livre Comércio.

Para viabilizar esse acordo, Brasil e Argentina planejam apresentar no início de Junho suas ofertas de redução de tarifas de importação, que segundo os dois governos, se mostrará bastante competitiva. Com essa proposta pretendem iniciar a negociação de uma área de livre comércio com os europeus.

Que nosso governo entenda a importância desse acordo.
Que se empenhe ao máximo para tornar possível aquilo que parece ser uma excelente oportunidade para nosso comércio exterior, mesmo que um pouco tardia.



A Russia e a Prodexpo

A Russia acaba de ter seu Rating rebaixado pela S&P. Soma-se a isso uma grave crise causada pela queda do preço do Petróleo e sansões aplicadas pelo Ocidente por causa do suposto envolvimento do governo russo na crise da Ucrânia.

Grande produtora de minérios, e com uma população de 147 milhões da habitantes, a Rússia sediará em Moscou, entre os dias 9 e 13 de Fevereiro, a Prodexpo, maior feira de alimentos do Leste Europeu, com cerca de 30 pavilhões e 50.000 vistantes provenientes de 100 países, durante os 5 dias da feira.

Missão Comercial Brasil-Indonésia - Apex
A grande pergunta, é sobre a participação de empresas brasileiras nessa feira. Devemos participar? Em minha visão, trata-se de uma oportunidade única criada pela atual situação.Nossos produtos manufaturados, historicamente não são competitivos no mercado externo, e quase sempre preteridos em detrimento de produtos de países mais desenvolvidos.


Bem, não devemos esquecer que o mundo está em crise desde 2008. A Russia é apenas mais um país a entrar nesse redemoinho.  O Brasileiro é imediatista. Tem que aprender a plantar e ter paciência para colher. 

As empresas brasileiras deveriam ter como estratégia detectar todas as oportunidades que aparecem por canta destas crises e ataca-las de forma agressiva.Veja por exemplo uma quebra de safra de laranja nos Estado Unidos, que oportunidade para os exportadores brasileiros.

Assim também é a crise (ou crises) na Russia.Muitas empresas deixarão de comparecer a tal Prodexpo. Umas por estarem limitadas pelo embargo, não podendo ter seus produtos importados pelos russos, outras por medo de fazerem investimentos em um país em início de crises e outras tantas porque não entendem o potencial desse mercado.Teremos portanto, menos concorrentes, e eles menos fornecedores.

Oras.....lembre-se que, em retaliação as sansões impostas a Russia por causa da crise na Ucrânia, o governo russo anunciou o banimento, DURANTE UM ANO, a produtos alimentares da Europa e Estados Unidos. Ou seja, uma janela pequena de tempo, e uma oportunidade gigante para nós. Pois eles precisam comer. E nós somos um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

Se isso não é oportunidade......Crises passam. Sobretudo na Russia. E quando esta passar, pretendo já ter posicionado muito bem minha empresa nesse grande, promissor e interessante mercado.